sábado, 4 de setembro de 2010

CURA DA AIDS - DESCOBERTA POR QUÍMICO ISRAELENSE

SIDA
Cientistas israelitas conseguem eliminar células humanas infectadas com VIH
por Marta F. Reis, Publicado em 04 de Setembro de 2010 | Actualizado há 14 horas
Assaf Friedler, um dos investigadores, diz ao i que a descoberta poderá ser a base da esperada cura para a sida.

Descoberta é mais um sinal optimista depois de um Verão de novidades, como o novo gel microbicida
Descoberta é mais um sinal optimista depois de um Verão de novidades, como o novo gel microbicida

"Até ao momento a nossa abordagem é a única a conseguir eliminar células infectadas e erradicar completamente o vírus." A convicção é de Assaf Friedler, 39 anos, professor de Química da Universidade Hebraica de Jerusalém. Ontem, um artigo no diário israelita "Haaretz" chamou a atenção para um estudo científico publicado em Agosto na revista científica "AIDS Research and Therapy". Um dos autores do trabalho explicou ao i a novidade: "Os medicamentos que hoje são usados contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH) inibem e bloqueiam o vírus, mas são incapazes de eliminar as células infectadas", diz Friedler. O vírus fica "latente nas células" e a doença pode reaparecer a qualquer momento - basta que o vírus amadureça dentro das células humanas e se torne infeccioso. "Através da nossa abordagem, será possível curar a doença por completo."

São palavras raras de ouvir, e Assaf Friedler admite que apesar de estarem optimistas, ainda estão longe de passar da descoberta em laboratório para um ensaio clínico, o procedimento obrigatório quando se trata de aprovar novos medicamentos ou terapias. "O próximo passo são experiências com animais. É uma grande descoberta, e esperamos poder desenvolver uma cura que possa eliminar a pandemia do VIH."

Autodestruição Os cientistas desenvolveram uma nova mistura química que interfere com a actividade normal do vírus quando infecta as células humanas, e faz com que estas se autodestruam em vez de se transformarem em fábricas de novos vírus da sida.

Na base da descoberta está um novo conjunto de biomoléculas que tornam o processo de infecção demasiado instável para que as células afectadas sobrevivam, sem afectar outros tecidos. Para infectar células humanas, o vírus da sida - que é um retrovírus, e por isso tem a sua informação genética codificada numa única cadeia de ARN - tem de convertê--la num código compatível com o humano, o formato em dupla cadeia do ADN. Assim, produz réplicas do seu material genético através de um mecanismo chamado transcriptase reversa. Quando ataca as células da corrente sanguínea, os linfócitos T, basta uma a duas réplicas para que a infecção tenha efeito. Agora, os cientistas israelitas fizeram com que em vez de inserir uma ou duas passassem a ser dez. "Ao fazê-lo, submete a célula a um stresse que faz com que esta se suicide através de um mecanismo chamado apoptose [morte celular programada]", explica Assaf Friedler.

Na experiência laboratorial, com culturas de células humanas, a terapêutica começava a funcionar a partir do oitavo dia após a infecção, com a diminuição da actividade do vírus. Se de facto se vier a confirmar que funciona, acreditam, poderá substituir os actuais medicamentos anti-retrovirais, que para já apenas conseguem restringir a infecção e não erradicá-la.

Friedler sublinha que é cedo para saber se o método funcionará com todas as estirpes do VIH ou mesmo em diferentes estádios da infecção. As reacções ao artigo têm sido positivas, garante. E se tudo correr bem, quando poderemos falar de uma cura? "Quem me dera saber", responde. "Depende das farmacêuticas interessadas no projecto, e do quão rápido conseguirem que ele siga em frente."

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